sexta-feira, 30 de março de 2012

O Viajante


Era uma daquelas noites gélidas de Inverno,chovia copiosamente. Pelas ruas, lamacentas um cavaleiro seguia montado no seu cavalo, coberto pelas suas vestes pesadas de tanta água suportarem, viajava como o fazia sempre, por não conhecer outro modo de Vida, optara talvez porque assim fosse, ninguém sabia porquê. Não lhe era conhecida morada certa, ou família a que pertencesse, amigos com quem estabelecesse contactos, ou sequer fora visto a conversar com alguém.
Dizia-se por aqueles lados onde normalmente era visto a pernoitar, que era um eterno viajante.
Desconhecida a sua origem ou nacionalidade, tão pouco se sabia a sua idade,o seu nome ou as suas intenções na terra, por onde se movimentava, subsistindo. Comentavam os mais velhos, a medo até, tratar-se de um ladrão que roubava aos ricos jóias,ouro,pratas e todos os metais preciosos que conseguia e que depois os escondia numa gruta, algures na serra que escondia a pequena aldeia gasta pelas décadas de isolamento. Não se sabe porém a origem desta história, nem ninguém se atrevia a contá-la em voz alta, tal era o pavor da temida figura .Os poucos que aqui viviam não ousavam sequer,questionar acontecimentos tão habituais como este, haviam-se habituado à presença assídua deste “pesquisador de jóias” como  respeitosamente alguns o apelidavam, por precaução.Comentava-se,que já lhe haviam sido vistos objectos valiosos, numa mochila que sempre transportava.Mas, a noite de que vos falo, viria a ser uma noite diferente, não pela sua temperatura invernal e por isso austera,a um homem,que deambulava pela rua escura e tumultuada pela intempérie, não... a isso este homem já se havia acostumado à muito, mas sim, por ser uma noite de Dezembro mas não uma noite entre tantas deste mês…esta era uma noite especial…Era a noite de Natal.
Como já era habitual e conhecido à muito,este estranho homem viajava, mas nesta noite em particular,fazia-o em busca de algo novo algo, que nem ele mesmo entendia,sentia-se evadido por uma sensação diferente, sentia frio,fome,sede e tristeza  e dor...como há muito, muito tempo, deixara de conseguir sentir. Voltara a sentir-se a perceber o seu corpo e os seus sentimentos.
Deixou-se emocionar, como à muito não o fazia, recordou a mãe, afastando dele a lembrança do dia, em que ela sucumbira na sua frente, num choro fraco e sofrido…sentindo a dor de o deixar sozinho no Mundo,sem família com apenas doze anos de idade.O pai,esse já os havia deixado à muito, nunca lhe havia sido contada a razão.No entanto,no seu raciocínio de menino,sempre havia concluído a seu jeito, que o pai saíra em viagem em busca de uma vida melhor, diferente da que ostentavam no velho casebre onde nascera, que desmoronava á beira do rio, onde a sua mãe lavava insistentemente as suas roupas gastas e surradas pelo tempo. Na sua frente, conseguiu ver o prato de sopa fumegante,que a mãe preparava no velho fogão a lenha,sentiu o cheiro do pão quentinho que ela cozia no velho forno de pedra quando o moleiro lá passava e lhe deixava umas sobras de farinha, sabendo das suas necessidades extremas e da doença que à muito a condenara, a deixar o seu único filho sozinho e entregue á sua própria sorte. Á memória,veio-lhe ainda o Natal e as histórias que a sua mãe lhe contara, de natais que vivera em menina e a  dor que sentia, por nunca lhos ter conseguido proporcionar, como a ela o haviam feito em criança, quando vivia com os seus avós,que deixara por Amor de um jovem e charmoso viajante. Sua mãe guardava religiosamente, de um desses natais, uma relíquia composta por um copo, um prato e um talher em prata que lhe confiou, fazendo-o prometer jamais se afastar deste “tesouro” em qualquer circunstância…assumiria o compromisso de o guardar e de apenas o usar numa ocasião única e inadiável.,especial.Assim o fizera… anos a fio, numa velha mochila de couro que o seu pai deixara para trás quando partiu…em viagem.
Nesta noite de Natal, parou…interrompeu o caminho, prendeu o cavalo a uma árvore e cansou-se de estar só, de ser o ladrão que todos imaginavam,ou o temido homem de quem todos se escondiam.
Acercou-se de uma velha casa…bateu á porta levemente…a porta abriu-se e surgiu uma mulher simples, ainda nova de olhos lindos mas tristes, pobremente vestida mas incrivelmente bonita e dócil que o convidou a entrar…admirado fê-lo a medo, mas sorriu… e ela confiou no sorriso que lhe esboçava, retribuindo. Olharam em volta na tentativa de descobrirem o que lhes estava a acontecer…que atitude tomar…o que podiam fazer por eles e de que forma se poderiam ajudar, naquele Natal e nos próximos talvez...
A magia estava no ar.Os dois perceberam que esta peculiar situação de anormal nada tinha e que nada acontecia por acaso…ele tirou da mochila o seu tesouro copo,prato e talher de prata e colocou sobre a pequena mesa onde fumegava uma sopa quentinha e apelativa que ela servira…O olhar dela convidava-o a ficar e ele ia aceitar certamente,cansado que estava da longa viagem para que fora empurrado à muito.Ela,detestava a solidão em que vivia e a mentira que conhecia mas lhe era indiferente e acreditou.

Nos dias que se seguiram, meses e anos ninguém percebeu que a estranha figura desaparecera…ninguém comentou…ninguém se importou…Alheia a Vida aconteceu.
Os anos passaram e natais aconteceram…e no terraço da velha casa, agora repintada e repleta de Vida brincam ,duas crianças lindas…

Numa enorme pedra vigilantes sentam-se os pais.
Ele, já não viaja como habitualmente e ela... tem bondade,esperança e magia no olhar.



quinta-feira, 29 de março de 2012

Um dia dos teus


Um dia queria olhar-te demoradamente de novo…queria gargalhar sem sentido contigo ou simplesmente que sorríssemos escondidos da luz, que depois brilharia para nós,mais ofuscante do que nunca. Depois entregar-me-ia ao ritmo descompassado da melodia que as nossas gargalhadas gravassem no ar…sim quero gravar contigo esse som que me diverte por dentro e me embeleza o olhar. Queria entregar-me à nossa vontade sem tristeza sem lamúrias…decididamente queria sentir,ver e perceber a quietude do teu coração, entrar no teu peito e remexer na energia do Amor que escondes. Pedir-te-ia que cantasses para mim, porque eu, já canto a nossa canção todos os dias naquele palco…ansiosa e desprovida de coro…não posso nem quero continuar a cantar sozinha…a representar repetidamente o mesmo acto. Abre comigo as cortinas de cetim brilhante e apresenta-nos ao Mundo, sem máscara. Queria que me ouvisses, queria te ouvir… quero que nos ouçam atentamente. Preciso de vibrar contigo, descobrir cada recanto de ti devagarinho, intensamente, preciso que me dediques o teu tempo… eu dediquei-te as preciosidades de uma vida…A energia e a entrega. Não me impeças de te falar de detalhes e de sombras que me invadem o perdão…não tenho essa capacidade… fala-me de mudança de arrependimento de inspiração. Explica-me a reflexão e a identidade de alguém, que se descaracterizou por um apego infundado e irreflectido. Tudo o que te peço é possível e real…quero discutir contigo divergir das tuas opiniões… saudavelmente.Sim,eu sei que os contos de fadas só na ficção acontecem,mas confesso que me apetecia ser personagem de um…a principal. Deixa-me dizer-te então, que na vida real uma relação se baseia em entrega, confiança…e onde,desta forma consigam sobressair os pontos da personalidade de cada um.No entanto,deixa que eu anseie transportar as emoções das historias de encantar para a vida e que te peça para viver o sonho, a alegria e a espontaneidade não controles isso em mim…aprende e desfruta dessa dualidade palpitante.
Não te peço a chave para o sucesso, peco-te sim que aceites as dificuldades e não desistas do que combinámos naquele jardim…naquela descoberta.Com a nossa experiência,pude perceber como é importante,cada um de nós ter o seu espaço emocional resguardado…percebi também que o respeito é extremamente importante numa relação e indispensável,que o Amor e a paixão são fundamentais assim como a aceitação para as imperfeições de cada um…percebi e aceitei…e tu percebeste? Então olha-me de novo… demoradamente e acorda comigo todos os dias… sem optar pelo silêncio e pela ignorância das atitudes.E um dia...promete-me,que me dás um dia dos teus!




quarta-feira, 28 de março de 2012

O Primeiro Amor



Inicio e descoberta de outro alguém,começo
Descoberta de sentimento doce e espontâneo
Sentimento forte emoção sonhada
Borboletas na barriga e no coração esvoaçando insistentemente
Certeza de que tudo será viável,inocência  pura
Desejo ardente construtivo,dilacerante-mente emotivo
Olhares distintos e brilhantes poderosos diferentes
Sonhos casualmente iguais,momentaneamente a dois
Momentos inesquecíveis e avassaladores
Perdas insistentes de chão e voos em dupla...mas sem asas
Coração extasiado perdas de controlo arritmia descompassada
Compasso doido mas inteligente,construção de abstractos sem nexo aos olhos dos outros
Sensação dupla de ganhos,perdas e planos prometedores de magia
Sorrisos com graça,gargalhadas genuínas
Abraços e beijos,toques amedrontados,inseguros
Carícias,tentações afagos certezas,de que tudo pode ser melhor
Horas que voam em momentos que valem eternidades
Casualidades controladas escondidas em melodias suaves
Conversas longas emocionadas sentidas mudas... voz embragada
Passeios de mão dada,de natureza aos pés,universo no olhar
Primeiras danças no salão,de rosto colado deslizes a preceito
Palpitações,pétalas,lirismos pensados na almofada.... imaginados repetidamente
Lágrimas sussurros preocupações,procuradas até...desenhadas em corações
Atrasos e adiantos do relógio…porque até dá jeito!
Discussões com um único objectivo “Pazes vividas a preceito”Prazeres merecidos
Romances livros filmes,vidas imitadas e idolatras heróis e heroínas
Segredos trancados a sete chaves... experiências
Análises a pontos fracos os dele…e os nossos...é melhor não
O amor é a síntese da emoção a capacidade de resistência do ser humano
Uma integração de atitudes de características de fantasias
O Amor é uma aventura vivida a dois,envolve entrega e cedências multiplicas
O Amor é uma infinidade de valores...de sensações...
Mas o primeiro Amor dói,de lindo que é...
É como ter uma pena no chapéu... sustida por um beijo molhado num dia de Verão

terça-feira, 27 de março de 2012

Aquela chama


Voltava a casa como habitualmente, conduzia-me e a mim e à vontade de chegar o mais rápido possível para junto de vós, para vos olhar, para vos admirar os traços que a cada dia se modificavam.
Mas,esta não era uma tarde de um Setembro qualquer, era uma tarde quente de um final de Verão, que sem eu saber mudaria para sempre o rumo das nossas vidas.A minha mudou definitivamente naquele dia. A viagem decorria calma e tranquila, mas o som do telemóvel interrompeu a minha onda de pensamentos…atendi depois de olhar o visor e perceber que quem me ligava o fazia sempre naquela hora e por nisso nada me espantou…pediste-me para levar o mano contigo para casa…querias evitar o meu transtorno de o ir buscar…querias ser responsável…tu sempre o foste…querias fazer-me uma surpresa…querias me ver feliz…Sempre o conseguiste e consegues ainda tu e ele…os dois de mim.
A resposta à tua questão que se subentende, foi a seguinte”Podem ir para casa,então os dois…estou quase a chegar portem-se bem…até já!”Passaram-me tantas hipóteses pela cabeça de coisas possíveis que pudessem fazer no caminho até casa…se encontrariam alguém…se ficariam a brincar à porta de casa…ou a jogar à bola…tantas ideias me surgiram menos uma, a que aconteceu realmente. O desejo de me proporcionar uma surpresa agradável…transformou-se num horrível acontecimento…tudo desabou quando subi aquela escada e vos vi queimados um mais do que o outro…a dor…o desespero… a impotência apoderaram-se de mim e parte de mim morreu naquele dia, quando olhei as queimaduras de um rosto,que poderia para sempre ter perdido a forma. Chorei, gritei por ajuda e perguntei como pode isto acontecer…porquê a uma criança de oito anos…Jamais poderia prever aquela chama... evitá-la?Ainda menos.
No fundo,era sim mais um anoitecer de um dia quente,na temperatura e nas emoções…nos medos que me envolviam sem que eu pudesse resistir.Tudo decorria calmamente em redor de forma insensível…os carros seguiam a sua rota…os pássaros voavam orientados…o vento fazia carícias nas árvores…Só nós três sozinhos,abandonados à sorte de um diagnostico que me aterrorizava os sentidos e me destruía o coração aflito.
Como sempre foram os meus heróis…Os dois…fortes companheiros de uma Vida. Consegui avisar o pai, que como habitualmente, estava a muitos quilómetros de distância em trabalho. Foi,a pior notícia que alguma vez lhe dei e a mais difícil de explicar, por inúmeros motivos que só uma mãe percebe. Senti-me perdida,culpada e temivelmente abatida…demais para conseguir reagir…E sozinha,muito sozinha. Incompreendida por tudo e todos. Chorei dias e dias sem interregno.Familia,amigos,médicos ninguém tinha a meu ver capacidade para entender e ajudar na minha dor.A dor era minha e eu vivi-a à minha maneira…sofri horrores…perdi quilos…aniquilei as minhas capacidades e mudei a minha forma de estar no Mundo e para o Mundo. Renasci,depois de ter morrido parte de mim…hoje sou uma mulher diferente…por vocês mudei por dentro…por fora e a meus olhos também...mas é difícil... Sobrevivi, mas dói e doeu demais.
Ficaram as memórias de decisões difíceis…de perdas sem conta…de mudanças que transformam a vida de alguém que deixa de se valorizar como mulher, no auge na sua Vida profissional, para se dedicar unicamente aos filhos.
Mas a chama quente que vos assaltou a inocência nada vos roubou. Acredito que até vos uniu e fortificou.
Conseguimos eu e o pai, com um esforço descomunal esconder definitivamente as marcas daquele dia fatídico. Os médicos foram decisivos,mas contámos definitivamente para o resultado final com uma força superior que sempre foi impulsionada por uma força enorme, a nossa união e o amor incondicional aliados a uma força inabalável…a nossa.
Mudei tudo… mas mudaria tudo de novo igualzinho…
A chama,essa perdeu ...o seu calor esfriou ,transformando-se em traços suaves num rosto lindo,num corpo digno de alguém, que tem sonhos e consegue "impossíveis" com o dom perseverança.



segunda-feira, 26 de março de 2012

Eu e a estrela de mim... imperfeita

Eu sou assim. Difícil de entender de ajudar, de descompilar.
Compilada durante anos largos, em frases guardadas num caderno gasto pelo tempo e pela mudança. Lágrimas, gargalhadas e frases escolhidas ao acaso,de mim e por mim.Memórias guardadas com letras ao acaso da razão e da emoção.
A grande “chatice” é que eu sou assim mesmo, uma confusão de emoções de vivências e de dúvidas certas. Para mim cada dia amanhece igual, repleto de uma alegria imensa mas sempre com uma certa tristeza no olhar e nas atitudes, disfarçadas por brincadeiras e sorrisos,que me confundem os gestos e as decisões inadiáveis. Reconheço que tenho muito para me realizar. Mas,já perdi tantas coisas arrancadas com força demais para uma mulher só. De vez em quando,a tristeza bate-me com a varinha da fada má e desespera-me a fragilidade. Eu sei que aparento ser comedida, que pareço agir por paixão e que é péssimo explodir com raiva, mas há dias em que tudo o que me apetece é descontrolar o rumo dos acontecimentos e deixar de ser racional. A realidade é que sou mais forte do que se imagina e suporto mais do que alguma vez imaginei, transformando-me sem merecer e aniquilando,o coração que bate cá dentro e ama intensamente sem respirar os momentos.Já mudei tanto por pouca coisa e fiquei imóvel por outras,em que devia ter gritado ao Mundo “basta”.Nunca mudei de rumo,por medo de ferir susceptibilidades,nunca assumi factos para não magoar quem não merecia e magoei-me porém,com esta atitude e muito.Imenso...em demasia. Quem merecia e merece a mudança, continua impávido e sereno ao sabor de ontem,de hoje e à espera do amanhã. Passo dias a fio mostrando ser um anjo, no fundo sou um diabo tentando levar à risca as minhas vontades,à vontade dos outros.Dizendo que sim,mesmo quando é não e usando o talvez,como eterna desculpa.Se querem saber…sim é verdade tenho esta atitude,porque é a que me dá mais jeito!Atitude escolhida pelas circunstancias de um sopro de auto-ajuda. Mas estou nos limites.A dura verdade,é esta... estou cansada e procuro desesperadamente a saída do túnel estreito,sinto-me enclausurada dentro do meu corpo, que ambicionava mais. Sim,é verdade já houve tempos em que fui ambiciosa, vaidosa desmedida de receios…agora sou uma leoa em pele de cordeiro amordaçada pelos acontecimentos de uma Vida,que por pacifismo não comandei. Acomodei-me ao Sol frio de um estranho dia de Verão, deixei-me  inundar por uma tempestade gélida vinda do deserto, senti-me atingida pela sua areia quente, que se havia transformado em cubos de gelo quentes e picantes, mortíferos de tão inoportunos a uma mulher que se dizia imune à dor… que afinal sempre com ela privou de mansinho.
Hoje o céu nasceu ofuscado pela noites tristes de mim,onde a solidão que abomino me visita insistentemente.Olho a janela para ver o Sol e o céu... e acorda em mim a vontade de continuar,tento acordar afastando a penumbra das ideias mal estruturadas.O meu olhar continua  vago na procura imensa de uma força,que me conduza e explique os motivos que se me colocam insistentemente vazios. Concentro-me em cores que gosto e em melodias que me embalam à muito.Entrego-me novamente rendida aos dois de sempre.Mas,até quando será assim…Assim e não doutra maneira, não haverá lugar a consagrações de esquecimentos e tudo decorrerá artificial.Sinto-me de novo envolvida por meios e remedeios, atitudes, esperanças e percursos onde se ouve a batida de um coração habituado á magia de momentos raros,simples e únicos…Aqueles que só vocês me porpocionam…conto convosco,não consigo dar sentido a mim mesma de maneira diferente…Quero palmas. Quero gritos de incentivo, quero consolidação de competências…Quero ouvir as batidas do meu coração, por vós e por mim…Escutar as batidas de um coração rendido,de uma percussionista,que caminha de mão dada com quem ama orgulhosamente e eternamente enamorada,por este sentimento maternal que me escolheu para viver.Felizmente que fui a escolhida neste podium de estados emocionais.
Lamentando porém,atitudes trocadas em troca de coisa nenhuma,numa existência vivida, numa sociedade que se deixou cair em desgraça, num sistema que gerou discórdia e insatisfação e perdeu até os mais efémeros direitos. Sim, tenho medo de viver num estado sem sonhos, aculturado por um sistema falido que não admite realidades.
Eu sou assim complicada, mas amo a Vida intensamente …e gosto de brincar com as palavras, pois através delas me consigo erguer muito acima da linha do pensamento e da imaginação…Escrever é uma faculdade que uso no alívio de uma dor,que me devora os sentimentos. Dor que não sendo física, é de desalento e muitas vezes me ocupa a inteligência e a criatividade.Preocupação de mim,que preferia delegar em algo,ou alguém. Impossível tornar-me-ia  estéril.
Aparentemente sei e aceito, que o amanhã é uma realidade, logo mesmo quando a dor do pensamento e da tristeza insistem…tento fazer acontecer a Vida novamente…e brinco com as letras e com os rasgos de alegria,neste jogo de complicações, movimentos desarrumados e inutilmente fingidos.
Eu sou uma estrela de uma constelação imperfeita que teima em brilhar. Nas noites em que me solto...Perfeita.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Dança só ... Dança mãe

Mãe vamos dançar
Dança comigo vem cá mãe... e dança… “dança só”
Mãe vamos dançar mesmo sem música
Podemos também inventá-la… escrevê-la e senti-la
Instrumentos afinados a musica é agora tocada pela banda do meu coração
Mãe escuta a melodia …cantar cantamos nós...canta mãe e dança
Ora dança mãe… dança sem parar
Deixa-te levar e dança…dança só…dança
Mãe dança à luz do Sol ou do luar
Podemos acender velas caso queiras
Mas não pares mãe… dança o importante é dançar
Mãe vamos apenas sonhar acreditar realizar viver e amar dançando
Assim…os dias nascem mais límpidos e há mais beleza à nossa volta
As tardes acontecem lentamente e tudo dança ao nosso redor
Mãe há dança na nossa Vida… existe brilho no nosso olhar…percebes agora
O importante é dançar…descoberta a magia…o segredo… basta dançar
Adequa o teu ritmo ao meu e vê… como danço bem
Fecha os olhos e dança… dança sem compromisso sem obrigatoriedade
Mãe dança e controla as dúvidas assim…dança canta e levita…não hesites
Dança sem arrependimentos ou apreciações de outrem menos a favor
Dança porque dançar nos empurra para o lugar certo neste baile da Vida
Mãe deixa de ser tão ponderada e “Dança só…Dança mãe”



quinta-feira, 22 de março de 2012

Sopro de medos

Prever os meus medos e detê-los. Activar os meios da minha sensibilidade e reforçá-los. Percepcionar tudo e todos a meu redor, cada sinal poderá emitir um pavor de algo que recuso insistentemente.Prever os sinais invisíveis à luz e ao direito aos sentidos, impulsionadores da caracterização da imagem, ofuscada pelas presenças que me destroem, à margem do meu poder que não consigo impulsionar.Confesso estou assustada,tenho pavor de todos os medos que me esperam,tenho medo que me baralhem,que me transformem e que me impeçam de sentir falta de lágrimas e do choro que nem sempre é dor, e é assim que os afasto...os medos.Costumo chorar quando me sinto aflita e cansada de tudo o que não domino,e eu,não controlo este medo que me emociona e me afasta dos sons,das palavras e das formas universais a que me habituei à muito.Este receio dos medos, que se me impõe é falta de capacidade para receber os mistérios de um Mundo em constante transformação, de um estado social desprovido de verdade e essência.Quero porém aceitar-me nesta inconstância de ideais vividos a medo, mas num percurso corajosamente desenhado que faz parte da minha história de mulher que se caracteriza pela capacidade de luta, em todos os desafios.Não vou conseguir controlar este sentimento e muitas dúvidas se me colocam,mas a solução não será certamente optar pela posição mais confortável e esperar,não, tenho de continuar e não precisa ser de forma exemplar.Sei que a busca da perfeição me roubou o direito de tentar, de arriscar…De não ter impulsos ao instante.
O medo estava lá e eu aceitei-o.Não me assumi, não fui a minha própria prioridade. Usei o receio para viver o medo.Evitei enfrentá-lo falar sobre ele e com ele dialogar, abertamente.Se a uma conclusão tivesse chegado,hoje seria uma pessoa diferente mais forte menos manipulada, pelas adversidades personificadas.
Hoje, todas as minhas células lutam pelo direito à vida e ás emoções, apesar dos medos de um coração que por receio, não se deixou embalar num sopro de  energia e juventude.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Ausência de letras

Imagine-se um Mundo sem letras
Imagine-se um Mundo calado surdo e sem eco
Imagine-se um poeta  vendado amordaçado
Imagine-se as lágrimas desse desgosto
Imagine-se um Universo estéril e insípido
Imagine-se um orgulho ferido e falido entregue
Imagine-se uma fonte seca e um mar sem peixes
Imagine-se um Mundo sem o riso de uma criança
Imagine-se suspiros calados chamas alagadas por chuvas incontidas
Imagine-se uma paixão sem beijos sem carícias sem entrega
Imagine-se uma mãe a quem roubam de si o seu filho
Imagine-se que o tempo parava e o passado voltava intacto
Imagine-se a saudade de mão dada com o presente enamorados
Imagine-se a sentir todas as emoções e vibrar com todas as sensações
Imagine-se a duvida reflectida na lucidez e o inicio da loucura pura
Imagine-se o impossível das possibilidades possíveis do imaginário
Imaginando-se...Imaginando-te...Imaginando-nos... O Poeta imagina

Cada estrofe cada ausência de letras cada poema cada forma de poesia


terça-feira, 20 de março de 2012

A minha Primavera


Chegou devagarinho… desceu de uma estrela
Aninhou-se na asa de um pássaro
Depois voou até mim sobre ele…e abraçou-me
Sabia o quanto me tinha sido difícil a sua ausência
O quanto me fizera falta
Afagou-me o cabelo beijou-me docemente e exclamou:

Sou apenas a Primavera
A estação das flores e dos pássaros
Visito-te sempre depois do Inverno e antes do Verão
Represento a juventude e o renascer da Vida
Sou apenas e só uma amiga que te visita e depois se vai
Parto devagarinho embalada nos ventos quentes do Verão que me substitui
Enquanto permaneço dou brilho ao Sol e ânimo às flores para que desabrochem
Espalhando pelos ares os seus perfumes ora frescos ora adocicados
Voo livre entre as gaiolas na esperança de libertar os pássaros que me olham
Sinto-me muitas vezes impotente mas persisto empenhada em colaborar
Sofro com as inquietudes e tento aquecer a todos com o meu sol ameno
Para que descansem do frio do corpo e do coração espalho ternura e bem-estar
Sei que ultimamente não tem havido flores dentro de ti
Sinto que tens andado meio confusa e triste
O horizonte quando o olhas parece-te nublado e longínquo
Sentes-te inundada pelas chuvas que teimaram em não visitar os nossos campos
Tens tido medo e tens sentido um frio incomum
Eu percebi e cá estou para te ajudar a renascer fortificada
Quero que abras todos os dias a janela do teu quarto
Estarei sempre lá a espreitar o teu sorriso
De seguida prepara-te sempre como se fosse dia de festa
Enche-te de força e remodela a tua meteorologia interior
Sai de casa e sente as surpresas… sente os dias lindos que te apresento
Corta os laços com o Inverno de ti e solta-te
Nunca te esqueças que lá em algum lugar alguém te olha ansioso
E…que quando eu partir… chega o Verão que também te adora




segunda-feira, 19 de março de 2012

Por ti me fiz menina e mais tarde Mulher

Nasci de ti e foi por ti que me fiz menina.Sei que o desejavas com todas as tuas forças. No dia em que me olhaste pela primeira vez, sei que te tornaste o homem mais feliz do Universo. Sei que me elogiaste, que me veneraste até, como se de uma princesa se tratasse. A teus olhos era a mais bonita, a maior a mais inteligente… sonhaste tudo para mim o melhor. Sei,porque me contaram que “lutas” havia entre ti e a mãe para decidirem quem me levava ao colo na rua… tal era o teu orgulho em mim e desejo de me mostrar a quem passava. Encontrei, entre os teus guardados cartas que me escrevias enquanto fui bebé, talvez na esperança de que eu  um dia as encontrasse e me orgulhasse das tuas palavras. Conseguiste…herdei de ti o gosto pela escrita e por tudo aquilo que nos leva a sonhar e a criar coisas novas, que nos dão prazer e fazem de nós pessoas melhores. Sei que procuraste sempre ajudar quem contigo partilhava os dias, que espalhavas alegria e que eras feliz ao ver estampada a felicidade no rosto de quem amavas. Sei,que ser feliz era o teu objectivo e que o foste, enquanto a Vida te permitiu esse feito…também herdei essa vontade de ti.
Lembro-me,de uma época que jamais esquecerei …em que te vi pintar a nossa casa e a da tia toda de azul brilhante. Paredes pintadas irrepreensivelmente, fizeste o mesmo com as portas e as janelas cobriste-as de castanho e branco tal chocolate com chantilly. Por pouco tempo morámos nesta casa, mas enquanto o fizemos, fomos, tenho a certeza mais felizes que qualquer outra família…pois fomo-lo à nossa maneira. Lembro-me,de apitares a buzina do carro ao chegares, no final de mais um dia de trabalho…para que eu fosse a correr ao portão. Lembro-me de tantas coisas pai...Não me esqueci também das vezes, em que me repreendeste, por ser reguila e teimosa e mexer insistentemente nos teus utensílios de trabalho, dos mais diversos hobbies a que te dedicavas nas horas vagas …fazias tanta coisa, e bem…escrevias textos e poemas, fazias fotografia a preto e branco que depois pintavas com técnicas descobertas por ti, trabalhavas  a madeira e o ferro como só tu, adoravas trabalhar a terra, plantar árvores de fruto e dar vida a jardins, fazias criação de pássaros…tinhas imensos de variadas raças…adoravas cozinhar e querias fazer  ainda mais coisas, eu tenho a certeza…mas fizeste tudo o que te foi possível,dedicaste a tua vida a tudo aquilo para que tiveste tempo,e oportunidade.
Um dia,depois de uma noite trágica, que nem vou explicar…acordei e tu não estavas, como era habitual, ouvi a explicação da mãe e percebi apesar da minha tenra idade,( quatro anos)que te tinha perdido.Passaram dias e dias, em que as conversas eram de ti e em volta de mim tudo se disse,e eu assisti sem uma lágrima...a tudo o que disseram de nós.Percebi que o problema eras tu e a tua Vida,mas que todos se preocupavam em dobro comigo, só mais tarde entendi a razão.Hoje mulher e mãe lembro-me de ti com o maior amor do Mundo e acredita, tu eras a razão e eu apenas um motivo… recebi de ti o dom da sobrevivência,apesar de todas as adversidades que se me impuseram ao longo destes intensos anos... que nos separaram para sempre.Tenho tantas saudades de nós... do que fomos e do que teríamos vivido os dois, se a vida não te tivesse levado de mim precocemente.Por tudo o que me deixaste, por tudo o que me ensinaste e pela beleza interior que nos emprestaste a mim e a eles os teus meninos, ouve-me e sente onde estiveres o meu Amor por ti...escuta em altos gritos um misto de alegria e dor, que nos une para a eternidade de "nós".

Pai por ti e para ti
Estas palavras te dedico a meu jeito
Jeito que herdei de ti
Lembranças de um homem justo
Autoridade de um rosto belo e sorridente
Que cedo me deixou sem esperar
Repleto pela juventude na força da Vida e do sonho
Homenagem a ti por mim dedicada a um pai e uma filha
Quero prestar-ta neste dia e sempre
Foste presente de inteligência e de funções inimagináveis e inigualáveis
Foste e és um exemplo incorruptível e incondicional útil
Deixaste-me uma herança eterna o prazer de ser tua filha
A consciência  a capacidade e os meios para poder gritar ao Mundo
“O meu pai foi um homem extraordinário! Um pai dedicado brilhante como pai e como ser humano”
Orgulho e paixão imensas nos ligam ontem agora e amanhã
Sempre aqui em mim nas memorias e no meu Mundo de eterna viajante das frases mirabolantes
A viagem começaste-a tu...
Eu pedaço de ti apenas empresto o meu “Eu” de nós ...para o trilhar deste percurso

domingo, 18 de março de 2012

Colar de Conchas

Sentimentos dispersos inquietações evasões
Forças contidas estranhas ao meu corpo
Imagens tremidas desprovidas de força
De repente como que por magia
Aromas sabores amores energia e cores...muitas cores
Frutas versos e música de embalar ou para dançar
Ternuras de ti e de nós aos olhos do Mundo
Flor de amendoeira de laranjeira qualquer flor
Com perfume de amor de qualquer cor
Que libertam fragrâncias que nos envolvem
Num abraço num beijo num afago
Desejo urgente ânsia de  provar desse doce com sabor a fruta madura
Amadurecida ao Sol de um Verão repleto de noites de luar
Enfim sentir sentimentos serenados em caminhos trilhados a dois
O tempo não nos tornou menos sensíveis apenas nos deixou mais contidos e unidos
Os sonhos existem ainda e passam por nós sem encontram ninho ou caminho
Outros porém descansam suavemente dormindo nos nossos lençóis
Momentos nossos pairam à tona da onda que se desfaz na areia fina e dourada
O mar desesperado revolta-se a cada onda escondendo os peixes
Reparo que a chuva também quis aparecer figurar nesta história
Já sinto o toque das suas gotas minúsculas e certeiras
Partículas de cristal que me refrescam e me relembram desse medo imenso de te perder
Será que tudo não passa de um sonho de um ideal afinal
Percebo que sonho acordada ilusões de menina mimada
Afinal a chuva não apagou a chama desta dor estampada no rosto de mulher esgotada
Mulher que entende orgulhosamente o tapete das memórias ao sabor das vitorias
Escancarando as cortinas do teatro da Vida
Para sentir o palco as luzes e o brilho da historia…
A minha personagem devidamente retocada e estruturada
Tento morder a ameixa amadurecida ao Sol e arranco o malmequer para desfolhar
Deixo desvanecer o aroma da limonada que me tira a sede que me hidrata os sentidos
Sequei  por fim as gotas da chuva do meu rosto e banhei-me no mar
Depois dancei com os peixes uma valsa demorada
Fiz um colar de conchas desenhei o meu nome na areia e lembrei-me de nós
Espreguicei-me soltei os cabelos pestanejei ...e sorri
Depois... olhei para o lado e vi que dormias…nos nossos lençóis


sexta-feira, 16 de março de 2012

Leve piscar de olhos

Nuvens
Vapor de água da atmosfera
Algodão extenso denso e deslumbrante
Longínquo de mim impossível aos sentidos
Imaginação e intocabilidade
Massas intocáveis sim
Excepto aos sonhos que lá encontraram a sua residência
A felicidade também lá mora dizem
Trovoadas vendavais e temperaturas extremas
Movimentos leves passagem do tempo
Espectadoras dos oceanos dos sismos dos vulcões das guerras
Em constante mudança de forma ao sabor dos ventos que as empurram
Ovelhas cavalos cangurus peixes animais de nós
Estes e outros tantos aninhados docemente
Todos em conjunto lá estão
Manadas alcateias bandos cardumes
Aos meus olhos imagem dos céus personificação
Claras ou acinzentadas mas calmas como nada ou alguém
Olhos de nuvem deslumbre constante de beleza e dor
Imponência impotente assistem caladas mas por vezes choram
As  lágrimas dão de beber ás plantas aos animais
Assim a Vida acontece lentamente não choram de tristeza
Choram de alegria a mesma que o homem sente
Quando as olha cada manhã e agradece mais um dia
Dias meses anos infinidade de momentos
Vidas vividas pelas vidas que amam viver vivendo
Vida que surge e diz adeus num leve piscar de olhos



quinta-feira, 15 de março de 2012

O teu Retrato

Nos teus olhos eu sempre vi a luz, o mar e a terra que trabalhavas afincadamente. Lá,eu sempre vi a alegria de viver e a coragem de sonhar. O teu rosto era a expressão da maturidade pura, a tua beleza e jovialidade mantinham-se dia após dia.Com o surgir das tuas rugas, eu percebi o quanto eras feliz, realizado,jamais falaste delas… para ti eram imperceptíveis. Dos teus lábios eu sempre ouvi palavras sábias e fortes, sempre tiveste a ousadia da frontalidade. Olhaste-me sempre da mesma maneira com o orgulho de quem ama e protege com todas as suas forças, assim que eu me aproximava de ti o teu sorriso era espontâneo e transparecia um coração em euforia,feliz por ver a sua menina. Os teus traços eram perfeitos, os teus cabelos outrora louros, companhia dos teus lindos olhos azuis e pele branca, teimaram em prevalecer com a mesma força mas brancos e sedosos como seda. O teu porte era altivo e atlético, como te orgulhavas disso…falavas-me sempre dos tempos em que montavas a cavalo, de como eras conquistador, com as raparigas…eras um vaidoso… Mas, apesar de já homem maduro teres casado com ela, tiveram duas princesas lindas que se juntaram a uma outra que ela sozinha criava com sacrifício e viveram felizes uma Vida, cheia de motivos, para que hoje eu me orgulhe imenso de ti. As tuas roupas eram sofisticadas, tinham de ser sempre engomadas a preceito, usavas sempre colete onde apetrechavas um lindíssimo relógio de bolso, a tua camisa era sempre branca e as tuas botas de cano alto eram sempre engraxadas por ti, como só tu o sabias fazer. Usavas samarra com gola de pêlo mas jamais vestiste camisolas de malha, nunca te vi de manga curta, pois achavas que este tipo de manga era tudo menos elegante, para ti um arregaçar de mangas bastava para suportar o calor e ao mesmo tempo mostravam predisposição para a Vida…ideias feitas à tua medida que só tu explicavas como ninguém. A tua voz insinuante punha-me em sentido…De doce tinhas pouco, mas enternecias-me de igual forma. Ouvir a tua voz era um mimo para o meu coração. Lágrimas rolaram muitas vezes dos teus olhos, não tinhas vergonha de chorar e admitias que o fazias muitas vezes quando estavas sozinho, choraste muito por minha causa, no dia em que ele partiu e pelas saudades que terias de nos ver juntos, por ele não poder assistir ao meu crescimento…mas fizeste o teu papel…fizeste o teu e o dele. As tuas mãos, eram possantes e caracterizavam a tua personalidade vincada como elas próprias. Respeitavas o próximo e a natureza como nunca o vi em ninguém, ensinaste-me tanto…aprendi tudo o que consegui…desculpa não ter aprendido a atar os sapatos como me ensinaste…mas como para os laços, descobri outras formas,para dar a laçada da Vida…à minha maneira. Recordarei sempre,a tua laçada e a tua imagem o teu perfil. Assim como lembro ainda aquela tarde quente em que foste embora…o mar que amavas respeitavas silenciou, o vento soprou por entre o calor e as folhas tremeram…Nós chorámos na despedida eu e ela… sei que não gostaste, mas sei que entendeste. Estivemos sempre as duas a observar-te quieto, como sempre fazias connosco.Obrigada avô.


quarta-feira, 14 de março de 2012

Maravilhoso desabrochar

Nasceu pela manhã
Naquela noite havia desaparecido
Ninguém a viu
Ninguém a sentiu
Naquela manhã tudo acontecia
Nessa noite tudo acabou perdeu o encanto
Nasceu num jardim floriu e foi colhida pela malícia
Ninguém a respeitou roubaram-lhe a Vida
Nasceu de ti e de mim deles de nós
Nasceu repleta de cores rosa amarelo e laranja
Ninguém exclamou que linda que és todos a invejaram
Nunca se aproximaram dela para lhe sentir o aroma de que se orgulhava
Nasceu em estação de flores partiu sem sentir amores
Nunca o Sol havia visto tão maravilhoso desabrochar
Ninguém percebeu o que aconteceu mas o meu jardim sim
Nunca imaginei que a semente por mim ali deixada carinhosamente
Não iria vingar na nossa Primavera alguém a levou alguém ma roubou
Nunca desisto voltarei a semear flores para me levar a ti




terça-feira, 13 de março de 2012

Universo de Ti

Situações de ti
Se podias ter feito assim ou de outra maneira
Não sei
Se te incomoda a atitude que tomaste
Tenta revê-la mas já
Se podias ter dito o mesmo com outras palavras
Sim podias...a forma como falaste foi importantíssima
Se a tua actualidade o teu "Eu" estaria hoje mais confortável

Jamais chegarás a essa conclusão
Se era possível convencê-lo do oposto
Tentaste e não te ouviu
Se o íman que tens no peito atraiu emoções que não soubeste viver
Sim atraiu e estiveste à altura
Se as tuas vivências te enriqueceram e fizeram de ti alguém diferente
Não foi um acaso
Se viveste na Lua a observar as Estrelas no quentinho do Sol e “Ups” o tempo passou
Estava-se lá tão bem
Se guardavas no bolso a chave, mas não optaste por entrar no teu recôndito segredo

É agora… aproveita o momento e usa-a
Se para ti viver é uma prioridade absoluta
Vive e esquece os sintomas estranhos de quem se desvaloriza
Se a tua densidade te incomoda
Solta-te e vive sem medo…deixa-te evoluir
Se a tua vontade é evoluir e assumir um “papel principal”
Deixa de ser figurante e aposta em ti
Se tiveres a coragem de parar de te julgar
O jogo muda e o personagem assume-se
Se o medo de perder te aperta o peito
Confia e transfere essa força para as tuas ideias e aperta-as num testemunho visível
Se colocares em ti, a dimensão da ambição saudável vais sair vencedora
Na dimensão da tua existência aprendeste lições a que nem todos se dedicaram
Se conseguires reunir forças e responder a ti mesma
Agradecerás ao Universo por te ter “decidido” Mulher






segunda-feira, 12 de março de 2012

Um soninho descansado


Difícil e dolorosa a forma de te amar... de te fazer lembrar em mim.Já partistes sem querer...
Ela levou-te rápido demais
Difícil mas maravilhosa a forma de te amar de te fazer lembrar em mim
Estranha a minha forma de te sentir Avó
Diferente é tudo em mim desde que partiste
Sinto saudades da tua comida deliciosa que emito orgulhosamente
Das fatiotas que moldávamos e cozíamos na tua máquina de costura
Acredita que lembro sempre os teus ensinamentos e as tuas prioridades
Revejo-me sempre em ti, quero ser como tu… Perfeita aos olhos de quem amo
Como me explicaste a Vida nem sempre é fácil já percebi…Avó
Queria ter o dom de vos fazer voltar a ti e a Ele exemplos da minha Vida
Sempre me incentivaste a lutar e a vencer…Apoias-me ainda?
Sinto que nem sempre estive à tua altura…mas o amor falou mais alto e continua a fazê-lo
Preciso recordar o olhar doce, comunicativo e o teu ar altivo
A tua maneira de ser autêntica e natural
Ajuda-me a seguir em frente com a tua força…vigia-me daí
Dou-te tudo o que é meu, pois recebi muito mais de ti
Necessito da  presença das tuas memórias do teu nome escrito por ai….Guilhermina
Foste tu quem me ensinou aos quatro anos as primeiras letras
Orgulhavas-te disso e fazias questão de o dizer
Agora é da tua inspiração que preciso para continuar…Conto contigo Avó
Aprendi contigo as distinguir o bom do menos-bom…E o mau avó? Evitavas sempre
Eu percebo mas não o faço com Eles o Mundo mudou…e tanto
As crianças hoje pensam que os frangos nascem das árvores e as frutas nos supermercados…
Eles não Avó…fica descansada que reconhecem o cheiro da terra e o gosto de brincar com ela
Se Eles são a minha existência Tu e Ele são as minhas memórias
Somos a vossa imagem a vossa força a continuação da vossa Vida
Estamos juntos no querer com muita intenção a nossa música “Aquela”
Aquela que sempre cantarolavas …
…“Oh papão sai de cima do telhado…deixa o meu amor dormir um soninho descansado”…
Também lhes cantei essa letra… mas ele ainda lá está muitas vezes. Mas... afastei-o sempre …
Agradeço-te a ajuda e sinto que afinal continuas aqui…No nosso desejo de te ter eterna.


domingo, 11 de março de 2012

Beijinho de Vento


Assume que os beijinhos que te dou, são presentes do coração enviados por um vento amigo,de quem gosta de nós. Aceita mas não agradeças sem retribuir. Não irei entender, não quero… Pensa,que a tua função é de extrema importância para mim e sorri sempre,eu prefiro e envaideço-me.
Aceita, que não nos encontrámos por acaso e que eu te ofereci coisas, que jamais alguém te ofertou. Presentes, que recebi em igual quantia e devorei ávido de magia e informação.
Assume estas ofertas como recados da Vida, com uma mensagem a descodificar e lembra-te sempre de momentos nossos…aqueles sem sentido para “eles”aqueles que não te entendem.
Recebe estas prendinhas diárias e delicia-te,como só tu o sabes entender. Tu e Eu falo de Nós. Percebe, que as coisas boas que te acontecem são agradecimentos pela tua entrega, pelo compromisso assumido,contigo e com os outros. Pela tua força e perseverança.
São beijinhos, são ternuras,presentes são agradecimentos de carinho.
Pensa sempre desta forma e se o fizeres serás mais feliz, mais resistente. Forte como só tu. Agindo assim, irás te sentir recompensada, intensa e profundamente estável.
Vais te sentir elevada e inatingível. Só “lá”chegará,quem tu deixares.
Nesse dia, quando tu estiveres "lá"…onde queres estar à muito… a fazer o que sempre ambicionaste… eu já estarei bem mais “alto” do que tu…Vou chegar olhar-te e envolver-te num abraço apertado, como hoje faço, Descansa....não deixarei de te ofertar o meu presente de que hoje falo…Acredita, sinto que fomos beneficiados pelas circunstâncias, ambos aprendemos e crescemos juntos.
Recebe por isto e por tudo o resto…”Presentes”A vida que não escolheste está a despedir-se com um elogio enorme…és linda por dentro e aos meus olhos encantadora…”Gira”
De mim, para ti ,com um miminho nosso.
“Um beijinho de Vento” Presente de hoje, de amanhã e de sempre.


sexta-feira, 9 de março de 2012

A causa



Qual é a causa... o problema...a causa fazê-mo-la acontecer,o problema somos nós...
Hoje em dia, nada do que aprendemos e demos como garantido, é palpável. Os tempos são outros, são de desconstrução. Devemos pôr os dados adquiridos em causa.É o que sempre nos transmitem,nos incutem. A causa dos problemas somos nós próprios… e tudo aquilo,de que fazemos parte integra… pelo que se fala… pode desmoronar-se, acabar, ruir. A causa… és tu, sou eu, somos nós. Concluiu-se.
Podemos tentar que tudo aconteça pelo melhor, que tudo seja certinho e decorra harmoniosamente…mas haverá sempre um momento, em que o medo acontece e o desconforto se instala, tornando-se difícil conseguir, a imunidade à causa que nos acompanha.
Ser imune, todos gostávamos de o ser.Sim existem boas causas.Mas menos boas em demasia e...
Pôr em causa, aquilo que nos dói e assumir diferenças, é uma mais-valia,mesmo que nos custe. Pôr em causa, o que nos causa a insatisfação dos momentos, sentir uma nova força e novas causas a surgir fervorosamente é o pretendido.A causa perfeita.Mas, e as carregadas de negativismo e imperfeições...
Devemos negar as causas que nos levam á violência… ou apenas ignorá-las? Impassividade.
Se assumir-mos as causas e as culpas que nos cercam… Agiremos correctamente? Incógnita.
Observar com atenção quem nos ladeia, tentando não errar, não magoar. Não prejudicar causando.
Depende de nós, só nós podemos defender as causas vindouras.
Reformulando e compreendendo causas, sem entregas vãs.
Fazendo acontecer… Um Mundo melhor para se viver amanhã! Pretensão...sonho....realidade.
Causa ganha.Problema e discussão.


quinta-feira, 8 de março de 2012

Saltos altos


Mulher
Mulher brilhos purpurinas beleza e vaidade prepositados
Mulher inteligência e determinação consciência racionalidade
Mulher bondade companhia e solidão que não escolheste
Mulher corpo dito de pecado sensualidade e prazer
Mulher mãe extremosa honesta guia essencial de quem amas incondicionalmente
Mulher que vinda de outra igual aprendes a mudar a história dando vida sorrindo
Mulher sorrisos gargalhadas gritos e lágrimas
Mulher capacidade única de conseguir tudo na Vida tal qual homem que se preze
Mulher igual ao homem de mão dada com ele amando... “Só que de saltos altos...”

quarta-feira, 7 de março de 2012

Caminho


A maioria de nós tem tendência para quando alguém nos pergunta no caminho, como estamos… responder simplesmente “Está tudo bem”.
Tal acontece por comodismo, porque nenhuma das partes está preparada para a realidade. Formulamos então perguntas e damos respostas, como se sempre estivesse tudo perfeito.
Não estamos motivados e preparados para encarar os problemas dos outros, vivemos demasiado ocupados com o nosso ego.
Por isso seguimos por esta estrada de vivencias difíceis a medo e desapoiados por quem caminha a nosso lado.
Por isso o meu conselho é não nos esquecermos de “sentir” nunca…
O nosso caminho é o que escolhemos, devemos vivê-lo de forma original. Como caminho que se preza tem curvas e muitas pedras…obstáculos bons(disfarçados de energia e soluções) e maus que muitas vezes não enfrentamos, preferimos fingir que nem os vimos, nem os sentimos apenas os contornamos apressadamente.
O nosso caminho é o nosso registo a nossa via.
Cada um de nós tem então uma via, um caminho, uma estrada, um atalho em suma um caminho a construir.
Eu não digo que percorrer o caminho e responder a quem nos questiona detalhadamente seja fácil, mas podemos começar por colocar a nossa questão de outra forma, mostrando a nossa atenção e disponibilidade, colocando questões a nós e aos outros com um sorriso sincero e um abraço demorado ou um simples “Gosto de ti”
No nosso caminho não podemos desprezar pequenas coisas, como um sorriso, um aperto de mão, um “muito obrigada” um “com licença”, manifestações como estas são sempre uma mais valia no nosso percurso, fazem parte do nosso caminho.
Mas, se assim mesmo algo nos impedir de caminhar depressa neste caminho, a solução é fazê-lo devagar…mas em frente sem interrogações desprovidas de solução.
A solução é caminhar, o caminho é o nosso, aquele o de sempre o que iniciámos…não podemos vacilar...mas, no entanto é importante caminhar disponível a nós e a quem a nosso lado caminha também...


terça-feira, 6 de março de 2012

O meu imaginário

A maioria das pessoas sonha com coisas grandiosas, outras porém, ficam radiantes com pequenos sonhos que vão se realizando ao longo da vida. Os meus sonhos não são diferentes pela sua grandeza, mas sim pela sua essência ...Pela sua simplicidade pela sua magia, pela sua musicalidade. Sonho sempre com muita força e acordo movida por frases simples,como"Mãe vamos dançar?"ou "Porque é que gosto tanto de ti mãe?"Guardo nos meus sonhos o meu tesouro, pois lá jamais será roubado.O meu maior tesouro são os meus filhos,mas o meu tesouro é também ,a vontade de realizar,de compartilhar de dividir de me emocionar... Logo os meus sonhos não morrem...Os sonhos são fragmentos da alma e se não se realizarem, pelo menos ficarão guardados no mais secreto lugar de mim o meu imaginário.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Espelho verdadeiro


Um espelho uma imagem uma realidade que mostra,o que nem sempre se quer ver.
Uma metade que se espelha em outra metade.
Pior é quando não se aceita o que se observa nela.
Grave é quando a todo o custo procuramos mudar a qualquer preço características que por si só,são impossíveis de alterar…
Um espelho não muda ninguém, é verdadeiro, sincero e realista… apenas mostra transformado, quem se transforma em outras faces, por não aceitar a sua ao natural.
Ter a capacidade de ser ver projectado no espelho e aceitar-se…é difícil demais para a maioria de nós, mas é possível.Acredito.
Há até quem evite espelhos, quem não os permita em casa, ou no local de trabalho.
Quem considere o espelho um inimigo a abater…acreditando que se o eliminar acabou o seu problema de aceitação.Um erro.
Considerar-se completo e perfeito, só porque se perdeu a oportunidade de se olhar no espelho é um erro, é perder a possibilidade de aceitar a outra metade.Infelizmente esta teoria existe e partilha-se.
Neste momento da leitura sobre espelhos, muitos dos que lêem estas frases soltas, não entenderam o que pretendo transmitir, porque se encontram muito preocupados, com a sua própria imagem, com o que esta reflecte no espelho e mais preocupados ainda, com o que a sociedade, pensa dela.O outro lado do espelho,aquele que muitas vezes rejeitamos, mas que nos rege diariamente por cobardia.
Concluindo, nós só aceitamos em nós aquilo que parece bem, aos olhos do Mundo.A verdade é esta poucos de nós age de forma diferente.
Mas,temos sempre a capacidade de identificar defeitos nos outros e nem pensamos se quem observamos criticando, já teve ao contrário de nós a coragem de aceitar a imagem que o seu espelho projecta, e jamais o congratulamos por isso. Nunca concordamos com tal atitude...e se o fazemos não usamos a verdade.
O importante é olhar para nós e para os outros abolindo o espelho.Vamos tentar estou certa de que vale a pena.
Deixar projectar  a imagem num espelho simples e encontrar motivos suficientes e válidos,urgentes de correcção ajudando assim, na nossa valorização pessoal…ao nível da nossa imagem sim, mas que o nosso conteúdo interior não seja descuidado,alterado e ultrapassado pela necessidade da imagem desmedida de caracter da sociedade consumista e cruel dos nossos dias, onde o exterior das pessoas se menos agradável ao espelho, de quem as julgas as prejudica e as penaliza cruelmente,muitas vezes as levando à destruição completa e evitável.
Espelhos sim, mas limpos de malícia,espelhos verdadeiros,conscientes refletores de quem se quer feliz  ao seu próprio espelho, o seu olhar.


domingo, 4 de março de 2012

Conversas mimos e birras com um bebé especial


Falamos do faz-de-conta e de coisas mais a sério, brincamos os dois e perdemo-nos em conversas sem sentido para os demais. Olhamo-nos como só se olha quem tem uma cumplicidade enorme, que já dura mais, do que alguma vez, alguém pode prever. És o meu maior amigo acredita e eu sou a tua amiga especial.Passou muito tempo e passou tão depressa…Momentos houve em que falava contigo mesmo quando não me ouvias,ou porque estavas a dormir ou a pensar na próxima birra, ou brincadeira…Muitas vezes então contemplavas a minha voz e sorrias com o olhar como se quisesses dizer muito, tal ainda não era possível…eras muito pequenino, mas mesmo assim, falava-mos como só nós conseguíamos dos pássaros, das frutas, dos sons,das cores das letras e números e de imensas coisas só nossas. Falávamos através do que sentíamos, e tínhamos oportunidade para vivenciar detalhes simples, demoradamente,Falávamos sempre sobre a próxima tarefa o próximo passo e isso, sempre foi bom para os dois...sempre mão na mão e como evoluíste…Estou orgulhosa!É claro que nem sempre me ouves,nem sempre me queres… Eu compreendo-te muito bem descansa e adoro-te de igual forma.Quero o melhor para ti,para o teu futuro… a escolha nem sequer é minha,eu apenas te mostro o caminho ajudando na tarefa difícil de te ajudar a crescer.Sabes ,já aprendi tanto contigo...que nem eu própria me apercebi de imediato que isso acontecia…mas foi tão bom…faria tudo igualzinho.Quando te digo “não” acredita que me custa demais, mas para ti… só desejo o melhor e nesse momento essa é a escolha mais acertada…confia em mim, podes fazê-lo sempre e tu sabes disso, meu pequenino.Tens uma vantagem sobre todos os meus amigos, és especial…Sinceridade, oportunidade e inteligência não te faltam.Sabes que tens de crescer,tornar-te independente, mas adoras miminhos e muitas vezes falta-te a coragem para enfrentar o desconhecido…Já estive presente em muitas dessas vezes e, estarei sempre que presisares…Como te digo sempre “não há medos”
Crescer é assim mesmo.
Obrigada pelos sorrisos

Adoro-te, és lindo

sábado, 3 de março de 2012

Um dia normal


Se os dias servem para viver e não desistir apesar das adversidades, também eu vou continuar a escrever e a verbalizar o que sinto, ou não é verdade que jamais devemos desistir? Sim... então vá lá. Hoje acordei cedo como todos os dias, estiquei-me como se quisesse crescer e depois de ter ouvido mais uma vez “Faltam dois minutos, chama o teu filho”nem respondi levantei-me antes que o maldito despertador me atazana-se a alma. Depois de uma visita à casa de banho,vesti o roupão e dirigi-me á cozinha, preparei os cereais para o meu príncipe e lá o chamei,para que descesse e se preparasse para mais um dia.coisa que fez com algum esforço natural de quem adora futebol mas odeia levantar-se cedo para mais uma jogatana. De seguida, comi uma tigela de nestum com mel (adoro).Só me falta dizer que já o fiz em frente ao computador…depois de uma ida ao mail e ao facebook,passo pelo meu cantinho e faço a habitual “Viagem pelo meu Mundo”.Adoro escrever e viajar no tempo e nos sentimentos. Criei este blog para guardar ideias e emoções,mas sinceramente, não imaginei que as mesmas se integrassem no Mundo de tanta gente e as levasse a viajar comigo.Ok,eu dou boleia a quem quiser vir…A sério agora…Quero sinceramente agradecer as visitas aos meus textos e dizer-vos que me sinto honrada, com os vossos comentários.Sou uma mulher comum,  que tem uma casa,umafamilia como tantas e dois filhos muito amados.(Lindos,maravilhosos.intiligentes,amigos)Uma mulher simples que põe a roupa a lavar(imensa)que arruma e limpa a casa(que não é pequena)que cozinha(pitéus “funinis”)que passeia a cadela na rua (como eu a adoro)e que trabalha na industria de “Mimos  Afectos e afins”Uma mulher que ainda não desistiu de novos feitos e que ainda tem esperança em dias brilhantes.
Por tudo isto e porque a Vida é assim e não de outra forma, já perdoei aqueles que me fecharam a porta, mas não esqueci…agradeço a quem me anima,me valoriza e me ajuda nesta luta do dia-a-dia de mulher e sonhadora incorrigível. Tentarei não vos desiludir com os meus desabafos e agora que sinto o vosso pulsar ,é também para vocês que escrevo.
Ideias... não me faltam e carrego á demasiado tempo,imensos sonhos,desejos e memórias para partilhar.

Até sempre

sexta-feira, 2 de março de 2012

Um pé no chão e outro na ilusão


A capacidade de arriscar, é uma característica que poucos possuem e utilizam correctamente.
O risco conduz-nos a lugares e estados desejados por conta da emoção.Cada risco que corremos pode ser uma vitória, mas também um fracasso. Existem diversas formas para encarar o risco, há que saber antevê-lo e antecipa-lo e saber prever os benefícios que dai resultarão. Prosseguir na sociedade protegendo-se e desfrutando o momento calmamente.Muitas vezes ao longo da nossa vida  coloca-mo-nos em risco, por não avaliar-mos correctamente as consequências.Na maioria das oportunidades que nos surgem deixamo-nos trair por forças negativas e o resultado que esperamos em determinada situação, não é totalmente alcançado.Muitas vezes, sentimo-nos motivados e arriscamos e lá estamos nós nas asas do sonho e o risco connosco,tal qual sombra.Por outro lado o risco faz-nos vibrar, ajuda-nos a crescer,abre caminhos,fortifica-nos e dá sentido à nossa vida.Arriscando podemos atingir metas, descobrir “tesouros” e desvendar mistérios.Momentos em que o risco nos emociona,são momentos de verdadeira garra e jamais devemos deixar de os viver, são momentos nossos diferentes ,e bons ou menos bons nos ajudarão a ser um ser humano melhor. Avançar sem medo e com confiança é o segredo estou certa. Viver o risco é desbravar caminhos e ter a capacidade de seleccionar estados.Saber arriscar é também saber viver vitorias e aceitar derrotas,Arriscar é conseguir mostrar o seu”eu” verdadeiro a nossa essência. Sem disfarces.O risco faz parte da vida…arriscar é viver e resistir…com um pé no chão e o outro na ilusão.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Mudança


Mudar sim, mas devagar porque o objectivo é consolidar objectivos guardados á muito.
Sentar-me calmamente no mesmo lugar onde tantas vezes o fiz, mas numa posição nova ,do outro lado das coisas.Mais tarde talvez mude de lugar e me acomode observando as atitudes tomadas e ponha em prática ideias guardadas, carinhosamente aqui na memoria de sempre.
Mudado o lugar,talvez mude o percurso habitual conduzindo com cuidado ao encontro do futuro escondido e tão desejado.
Mudarei também o tipo de roupa,de sapatos a cor do cabelo…talvez o corte curtinho,talvez o estique ou o encaracole num novelo igual ás ideias concebidas á muito.
Mudança em curso,tiro umas férias de mim e vou mudada, descalça caminhar na praia,brincar com as pedrinhas da pedreira, ou rebolar-me num jardim de malmequeres…Ouvir com atenção o canto dos passarinhos,olhar as ondas do mar e senti-las, apreciar o  pôr-do-sol e reler os velhos livros ratados pelo tempo, aliviando-os da poeira que os guarda.
Depois de viver o presente em mudança,conseguirei abrir de imediato as  gavetas e portas com a mão esquerda,dar descanso aos movimentos habituais e dormir naturalmente do outro lado da cama.
Esquecendo velhos hábitos e criar um novo estilo de vida.Apreciar coisas novas,arrumar com carinho as antigas e ter a capacidade de fazer prevalecer…Corrigir a postura antiga, adoptar expressões novas e aprender uma palavra nova por dia, noutra língua,como alguém me propôs um dia…Sem medo de errar.
Experimentar novos sabores, inventar e recriar velhas receitas.Usar novos perfumes,voltar a usar baton e rímel quem sabe uma base correctora, disfarçando assim mágoas estampadas no rosto.Estabelecer novas relações, criar novas amizades, fortalecer as antigas.
Imaginar novas historias e escrever poesia á minha maneira.
Mudar,mas  lembrando sempre que a vida é única e aproveitar a sua complexidade natural.
Fazer uma viagem longa, sem destino marcado.Fazer,coisas e coisas sem fim mudando corajosamente.
Mas, se assim mesmo não encontrar razões para viver a mudança, ter a capacidade de as inventar.
Mas hoje,o que queria para iniciar a mudança era ter a capacidade de imortalizar palavras e...

Escrever com uma caneta de cor diferente… “Hoje é o dia”